[Offa: Nossa... Nem releio isso, porque se não apago. A notícia implícita é que tipo, em 2013 vai ser realizado um referendo nas Ilhas Falklands onde os moradores irão decidir a soberania das ilhas. q]
Afundei na poltrona, apertando o papel em minhas mãos, quase rasgando-os. Meu cenho estava franzido, enquanto eu lia novamente o que estava escrito ali. Foquei meus olhos na face do presidente da Assembleia Legislativa, notando que ele tinha algo a falar.
- Será em 2013. - Percebi que discretamente o canto do lábio direito de Gavin, o presidente, se estendeu em um sorrisinho.
Até agora me pergunto como eu deveria me sentir...
- Worried about it? - Indaguei, com certa curiosidade. Ele meneou a cabeça, acrescentando.
- Não tenho dúvida nenhuma de que os moradores das Falklands desejam que você continue a ser um território ultramar britânico. -
Sua segurança no tom de voz fez meu sangue ferver.
- Não temos nenhum desejo de sermos governados por Argentina. - Pareceu concluir.
A falsa verdade em sua sentença fez meus olhos lacrimejarem. Eramos para ser uma família, droga! Mirei o teto, deixando o papel sobre a mesa de centro. A irritação em minha voz foi propositalmente quase palpável.
- Pode sair. - Trinquei os dentes. Quando a porta foi fechada, descarreguei a raiva no vaso mais próximo. Chocou-se contra a parede e os cacos se dispersaram pelo chão.
Depois que a raiva passou, dei-me conta de que estava sozinho.
E pela minha população, assim eu continuaria. De repente me senti vazio.
Levantei-me, caminhando até a janela e me debruçando sobre, mirando o horizonte. Em movimentos com certeza vagarosos, quase mecânicos. Vazio... O que eu deveria ser? Talvez esse referendo nem fosse ocorrer realmente... Eu, eu me sentia num sonho... Ou talvez num filme... Acho que lágrimas escaparam dos meus olhos. Não pareciam meus. Eu estava me assistindo chorar?
Digno de abandono. Isso remete a um passado que eu não quero lembrar agora... Eu tive que bater minha cabeça contra a parede. Para provar a mim mesmo que eu existo. Agora dói.
2013. Um referendo ridículo que não refletirá o que eu quero.
Queria poder desejar o que me dizem ser o certo. ~
